Por Marcos Hirai
Sócio-diretor da GS&BGH – Expansão & Pontos Comerciais

No momento em que o Burger King anuncia o lançamento do seu primeiro sanduíche com hambúrguer vegetal, formando filas de consumidores ávidos a experimentar a novidade, vemos que nos últimos anos os brasileiros nunca comeram tanto esta iguaria. Segundo um levantamento realizado pela consultoria do Instituto Gastronomia, houve uma alta de inacreditáveis 575% deste nicho alimentício – considerando a última década.

Se acompanharmos o mercado de hamburguerias no Brasil, podemos separá-lo em três grandes fases distintas: a introdução do hambúrguer nos costumes do brasileiro deve-se ao jogador de tênis americano-brasileiro Robert Falkenburg, campeão do torneio de Wimbledon em 1948 e 1949, que abriu, em 1952, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira lanchonete em estilo americano da cidade: o Bob’s.

Junto com o hambúrguer, a lanchonete também foi responsável pela introdução na cidade de duas outras típicas iguarias da culinária dos Estados Unidos, o milk shake e o sundae. A partir daí, em todas as grandes cidades brasileiras, proliferam regionalmente as hamburguerias no estilo americano, servindo os x-burguers e x-saladas com fritas e milk shake. Muitas delas ainda sobrevivem e fazem sucesso até hoje.

A partir de 1979, o mercado começa a receber as primeiras marcas estrangeiras. O McDonald’s foi a primeira e podemos dizer que ela modificou profundamente a maneira como se vende o hambúrguer no Brasil. Desde a localização dos pontos comerciais, dos formatos de lojas, das precificações, do atendimento, ao processo de preparo, treinamento e sabores, ele provocou uma verdadeira revolução em terras tupiniquins. O Burger King pisou por aqui apenas em 2004, mas foi apenas em 2012 que começou a crescer para valer por aqui. Hoje, ambas têm somadas 1700 lojas e uma enorme rivalidade que somada ao Bob´s norteia o mercado desde então.

Porém, foram nos últimos cinco anos que as lanchonetes de hambúrgueres passaram pela terceira grande mudança. Foi quando surgiu um quarto player junto com diversas outras redes de hamburguerias artesanais ou gourmets. O quarto player é a rede Madero/Jeronimo.

E a trajetória do Madero é impressionante. Faturaram R$ 812 milhões no ano passado. Crescimento de 56% em relação ao ano anterior (2017), quando o grupo fechou em R$ 520 milhões. A previsão é fechar 2019 com um faturamento de R$ 1,25 bilhão e 200 lojas. O que deverá ser relativamente fácil de atingir, graças ao investimento recente aplicado pelo fundo de private equity Carlyle. Para 2020, o desafio é um pouco maior, pois pretendem lançar seu IPO.

Junior Durski, fundador da rede, sabe que o ritmo de crescimento, considerado de startup, será difícil de manter conforme o grupo cresce e ganha envergadura. Mas quer manter a média de 50% para os próximos dois anos, pelo menos. O Carlyle pagou R$ 700 milhões para adquirir 23,3% do grupo Madero. O negócio avaliou 100% do Madero em R$ 3 bilhões.

Em paralelo, um nicho de hamburguerias ditas artesanais também tem crescido vertiginosamente. O segredo delas é simples: muito bacon, maionese, ovo frito, batatas fritas, e um ou dois hambúrgueres com carnes e ingredientes nobres, com muito milk shake para acompanhar. Esta tem sido a fórmula de algumas redes como a Bullguer, Burger Joint, Cabana, Zacks, Mr. Hoppy, Vinil, Black Beef e diversas outras abertas nas cidades brasileiras.

Em comum, todas elas oferecem ambientes mais descolados e com muita personalidade, combinações de sabores diferenciados, que pode ter entre os ingredientes até foie gras, servidos com cervejas artesanais e até vinho. A fórmula deu tão certo que todas elas estão com expectativas de crescimento e abertura de novas lojas para os próximos anos e algumas delas já se associando a grandes fundos de investimentos para apoiarem suas expansões.

Diante de tantas opções, é difícil para os brasileiros não caírem na tentação dos fast foods e seus hambúrgueres deliciosos!

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