A unidade do Supermercado Zona Sul do Recreio dos Bandeirantes, que integra a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), é o primeiro do Brasil a implementar o Registro SIM-Rio (Serviço de Inspeção Municipal do Rio de Janeiro). A conquista permite a produção de alimentos, assim como sua distribuição ao longo do município.
Com o registro do SIM, os supermercadistas poderão manipular e comercializar artigos de fabricação própria (como carne moída, hambúrguer, linguiças, entre outros) em um ambiente controlado e adequado às normas sanitárias. Ou seja, o registro permite o descongelamento técnico e a venda de carne moída em bandejas, espetinhos e bifes a rolê e à milanesa, entre outros produtos, por exemplo.
Para o presidente da Asserj, Fábio Queiróz, todos ganham com a adesão do selo, principalmente o cliente, que terá mais opções de compra. “Essa conquista permite a liberdade de criação de novos produtos industrializados produzidos pela própria loja. Uma parte do estabelecimento se torna uma indústria, legalizada e fiscalizada, de uma maneira que o alimento chegue com muita segurança ao consumidor.”
Ele explica como o decreto muda a operacionalização dos supermercados. “Agora, é possível ter centrais de distribuição, onde podem ser feitos fatiamentos e descongelamento técnico de produtos para fracionamento. Mas o grande ganho para o setor é a comercialização da carne pré-moída para quem tem o SIM. Isso traz praticidade para o consumidor, que terá, à disposição, vários cortes de carnes com certificação e total segurança dos alimentos”, afirma o presidente.
Estímulo à economia local
Outra vantagem é a fomentação da economia local. A maioria das grandes redes de supermercados do Rio de Janeiro já deu entrada no pedido e, atendendo todas as exigências, terá a certificação.
A nutricionista da Asserj Bianca Costa explica que o Serviço de Inspeção Municipal garante a qualidade do produto de origem animal. “Todo produto, para ser manipulado, precisa seguir determinadas normas, e com o registro SIM o cliente tem a certeza de que a Vigilância foi ao estabelecimento e poderá levar um alimento seguro para ele e sua família.”
O mercado que não tiver o registro continuará comercializando os produtos de origem animal na forma de autosserviço, ou seja, como é feito atualmente.
Para Cristina Souza, CEO da consultoria Gouvêa Foodservice, a novidade abre oportunidade para profissionais como engenheiros de alimentos, nutricionistas e chefs comporem um grupo de players que podem impactar as indústrias de alimentos no médio e no longo prazo. “O varejo alimentar sempre foi um parceiro das indústrias, mas desde que elas foram para o varejo ambos viram novas oportunidades”, reforça a especialista.