Por Valor Econômico
A varejista de moda Renner registrou, no primeiro trimestre de 2019, um lucro líquido de R$ 161,6 milhões, resultado 45% acima do lucro apurado no mesmo período do ano passado.
Em relatório, a companhia associou o resultado a um bom ritmo de vendas, com assertividade da coleção outono-inverno e com boa distribuição de produtos nas lojas. A empresa também registrou no primeiro trimestre um ganho com recuperação de créditos fiscais de R$ 29,4 milhões, que favoreceu o resultado final do balanço.
A receita líquida total da Renner aumentou 16,2% na mesma base de comparação, para R$ 1,89 bilhão. No segmento de varejo, a receita cresceu 18%, para R$ 1,65 bilhão.
As vendas em lojas abertas há mais de 12 meses (mesmas lojas) cresceram 12,7%, índice mais alto do que o apurado no quarto trimestre de 2018 (de 12%), e no primeiro trimestre do ano passado (6,3%).
O resultado com produtos financeiros apresentou queda de 4,9%, para R$ 97,7 milhões, desempenho associado ao aumento de provisionamento do cartão Renner e do Meu Cartão, como efeito do crescimento das carteiras.
A varejista também informou que as vendas da Renner aumentaram 18,1%, para R$ 1,50 bilhão. As vendas da Camicado aumentaram 11,7%, para R$ 113,5 milhões. E as vendas da Youcom avançaram 36,8%, para R$ 39,3 milhões.
O lucro bruto da operação de varejo da Renner registrou aumento de 16% no primeiro trimestre, para R$ 911,9 milhões, no comparativo anual. A margem bruta da operação de varejo encolheu 0,9 ponto percentual, para 57,4%.
As despesas com vendas, gerais e administrativas recuaram 4,6% no trimestre, para R$ 601,2 milhões.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu 316,3 milhões, com aumento de 26,8% na comparação anual. O Ebitda ajustado da operação de varejo cresceu 49%, para R$ 218,6 milhões.
Efeito do IFRS 16
A companhia informou no relatório do balanço que o aumento de 45% no lucro líquido também foi resultado da adoção do IFRS 16, regra contábil que trata do arrendamento mercantil nos balanços. Com a nova regra, a conta de despesas operacionais teve uma redução de R$ 97,7 milhões.
Com a regra contábil, as despesas operacionais da companhia caíram 4,6% no primeiro trimestre, para R$ 601,2 milhões. Sem a adoção da regra, as despesas operacionais teriam crescido 10,9%, para R$ 698,9 milhões.
Por outro lado, a conta de despesa financeira de arrendamento teve um aumento de R$ 15,9 milhões, com impacto negativo no Ebitda ajustado de R$ 9,8 milhões.
O Ebitda da operação de varejo, com o IFRS 16, cresceu 49%, para R$ 218,6 milhões. Sem a aplicação da regra contábil, o Ebitda teria crescido 55,7%, para R$ 228,4 milhões. O Ebitda total da Renner teria crescido 30,7% sem a aplicação do IFRS 16, totalizando R$ 326,2 milhões.