Por Estadão
Donos de lojas satélites de shoppings estão se unindo para criar o seu marketplace, um grande shopping virtual administrado pelos próprios lojistas. As lojas satélites são pontos menores, com até 180 metros quadrados de área de vendas. Normalmente, elas são menos capitalizadas do que as grandes varejistas, conhecidas como âncoras.
A ideia de os lojistas de shopping terem um marketplace próprio foi do presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), Tito Bessa, dono da varejista TNG. O projeto, batizado Marketplace Ablos, foi apresentado na quinta-feira, 19, aos lojistas do setor e deve entrar em operação nos próximos 60 dias. “A intenção é colocar o marketplace em funcionamento antes do Natal”, afirmou.
Bessa disse que, com o marketplace próprio, os lojistas satélites vão conseguir reduzir o custo de operação. Hoje, além da despesa de ocupação da loja, que representa entre 10% a 20% do valor da venda, os shoppings criaram marketplaces e compraram empresas de entrega de compras online. Com isso, passaram a cobrar por esses serviços. O resultado foi que o custo de ocupação para os lojistas subiu para 25% sobre as vendas. “O que era ruim ficou pior.”
Objetivo
Com o marketplace próprio, Bessa diz que os lojistas satélites vão conseguir cortar despesas e gerar fluxo de vendas maior. “Como se trata de um projeto sem fins lucrativos, o porcentual cobrado dos lojistas será menor e reinvestido no próprio marketplace em publicidade, o que deve ampliar vendas.”
Na quinta, antes da apresentação do projeto, Bessa disse que já tinha a adesão de mais de dez lojas da entidade. A intenção é reunir entre 30 e 35 satélites. A expectativa é que, juntas, essas lojas faturem cerca de R$ 150 milhões no primeiro ano de funcionamento no marketplace.
Bessa afirmou que no projeto, desenhado pela empresa Wigoo, será investido R$ 1 milhão. Neste momento, a entidade negocia com uma empresa adquirente de cartões esse aporte.