Por Marcos Tadeu
Diretor de Expansão na Riachuelo
De um tempo para cá, o varejo é um dos segmentos que mais tem investido em análise de dados. Para se ter ideia da importância do Big Data, um estudo de 2017, conduzido pela consultoria Frost & Sullivan, aponta que o Brasil é líder na América Latina no uso desse tipo de recurso.
Até recentemente, redes varejistas – tanto as pequenas quanto as gigantes – se valeram exclusivamente da intuição para tomar decisões e entender o público. Agora, essa forma de atuação tem sido modificada pelo aumento substancial da Inteligência Artificial, que coleta e analisa grandes volumes de dados e os transforma em conhecimento.
O Brasil é um grande usuário de Big Data na América Latina e detém, pelo seu porte, quase 50% do mercado. Falando especificamente de varejo, observamos que grande parte das decisões tem sido tomadas com base na análise de dados.
Mas e a intuição? Onde fica?
A intuição, embora ainda seja importante para a tomada de decisões em uma rede varejista, perdeu o protagonismo para os dados. Sempre bom destacar que perder protagonismo não significa deixar de existir. As relações comerciais continuam sendo uma atividade humana, de forma que a sensibilidade tem seu espaço garantido, mas deixa de ser determinante.
Agora, é preciso entender o cliente, avaliar o mercado e reunir informações para oferecer a melhor experiência possível em toda sua jornada de compras, seja ela realizada no on-line, no off-line ou em ambos ao mesmo tempo.
Em relação ao desempenho das unidades, todo o aprendizado é utilizado para focar no crescimento das vendas e na maximização dos seus recursos, leia-se, no ganho de produtividade. Para tanto, é imprescindível ter foco, disciplina, rigor de acompanhamento, bem como uma correta execução do que foi combinado e planejado.
Em nossa operação, tudo é mensurado. Vendas absolutas, por metro quadrado, por head count, etc. Recentemente, conforme informamos em nossa conferência de divulgação ao mercado do 2T2019, passamos a contar com o auxílio de uma consultoria que está nos ajudando, com sua visão externa, neste processo de melhoria continua da gestão das vendas da companhia.
Com 318 lojas em 26 estados e mais o Distrito Federal, o maior diferencial competitivo que temos é o modelo integrado do nosso negócio, que nos permite concentrar a produção de peças durante o aumento da procura por novas coleções, que ocorre normalmente no início das estações climáticas. Assim, com análise de dados, as últimas tendências de moda podem ser implementadas com menos riscos de adivinhação antes da estação.
Outra medida empregada para melhorar a experiência do cliente é o uso consistente da análise de dados em nosso e-commerce, criado em 2017.
Com conceito de omnicanalidade, utilizamos esse recurso para integrar os ambientes on e offline, de forma que o cliente decide quando, onde e como quer se relacionar conosco. Nossa missão de democratizar a moda é atingida plenamente.
Com base nesses aprendizados e experiências e, mais importante, na clareza de que os consumidores do século XXI tem um comportamento digital incorporado em todas as suas rotinas, fica claro que a análise de dados é imprescindível para qualquer varejista em todas as esferas da gestão, não se limitando à redução das despesas. Foi-se o tempo em que somente a intuição era suficiente para ter sucesso nos negócios.
Agora, os tempos pedem avaliações precisas e seguras e decisões racionais para resultados cada vez melhores. Mãos à obra!