Por Marcos Hirai

Diante do novo vírus que derreteu o mundo nas últimas semanas, é hora de refletirmos e resgatarmos alguns ensinamentos das gerações anteriores para, de alguma forma, compreender o posicionamento mais sensato que devemos ter diante de todas as mudanças que os acontecimentos atuais estão delineando nas nossas vidas, no nosso futuro e nas nossas empresas.

Fazendo um resgate da pouca conhecida Geração Silenciosa (os nascidos de 1925 a 1942, em meio à Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial), nossos avós nasceram em um ambiente com muitas dificuldades e privações. Com os países arrasados no pós-guerra, precisaram reconstruir o mundo e sobreviver.

Entre suas características principais, pode-se observar: são dedicados, gostam de hierarquias e, principalmente, demonstram espírito de sacrifício, pois desde cedo deixaram de lado suas necessidades e desejos para lutarem por um objetivo comum. Têm, sobretudo, o espírito de coletividade.

Já as gerações posteriores aproveitaram o crescimento econômico e a prosperidade de um mundo pós-guerra e acabaram desenvolvendo um espírito mais individualista e consumista, afinal não sofreram as agruras que as guerras proporcionam.

O fato: diante da atual pandemia, as principais medidas dizem respeito à contenção da transmissão pelo bem da coletividade, por meio do isolamento e da quarentena.

Em momentos de crise como a que estamos vivendo agora, precisamos estar dispostos a mudar radicalmente nossos modos de vida – e talvez até o jeito que pensamos sobre a sociedade em que vivemos. E a razão, provavelmente, não é para proteger a si mesmo, mas para ajudar a sociedade como um todo e as pessoas mais frágeis e expostas. É hora de pensar nos outros de fato.

Atitude totalmente antagônica do nosso atual presidente, que, no último domingo, apareceu em público durante protestos em Brasília e apertou a mão de mais de 250 manifestantes. Detalhe: sete participantes da comitiva presidencial aos EUA estão contaminados pela doença.

A respeito das consequências econômicas que afetarão nossos bolsos e nossas empresas, o momento é de reflexão profunda. Episódios como estes devem ser encarados como períodos para colocar as ideias no lugar, de exercer a criatividade, de organizar coisas que não sobravam tempo para se dedicar. Empresários, varejistas e executivos, que tal aproveitarem o momento para fazer do limão uma limonada?

Neste período home office, que tal pensarem nas oportunidades pós-crise? Sim, em algumas semanas a disseminação da doença vai diminuir e, em alguns meses, acabará. O Brasil e o mundo retomarão sua vida econômica e talvez sua empresa esteja mais preparada do que a concorrência para lançar um novo produto ou serviço “fresquinho” para um mundo pós-coronavírus.

Sim, a vida continuará!

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