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O italiano Angelo Martiriggiano foi um dos fundadores da empresa Mozzarellart, especializada na produção de queijos italianos, em Praga (República Checa) no ano de 2014. Entre os onze queijos produzidos da casa, o destaque é a burrata, recheada com fios de queijo, misturados ao creme de leite e envoltos em uma bolsa de mozzarela.
Casado com uma brasileira, Renata Bueno, Martiriggiano teve o primeiro contato com a burrata feita no Brasil… E percebeu a grande oportunidade que tinha.
Renata, que foi a primeira brasileira eleita deputada no parlamento italiano, e o marido resolveram trazer a Mozzarellart para Curitiba (Paraná) em 2018, para mostrar como se faz uma burrata italiana. “Nenhum lugar no Brasil produz queijo de forma legítima como na Itália e, justamente por isso, nos destacamos”, afirma Renata. O casal se tornou sócio dos empresários Bruna e Ricardo Bueno e deram início aos negócios.
Para estudar e adequar a produção ao mercado local, eles trouxeram o casaro (queijeiro) Giuseppe Pellicoro diretamente de Puglia, cidade italiana onde surgiu a burrata, para ser o responsável pelas criações da Mozzarellart.
No processo da empresa, todas as manhãs, o leite é retirado das vacas, tratado e transformado artesanalmente. Para tornar esse método possível, eles investiram cerca de R$ 1 milhão em matéria prima, aluguel dos pontos durante o primeiro ano e licenças que precisaram obter na Prefeitura para colocar o negócio em pé. Ao longo desses doze meses, a empresa produziu mais de 30 mil unidades da burrata e 10 mil quilos de queijo. O faturamento bruto foi de R$ 1 milhão.
Hoje, existem cinco pontos de venda próprios em Curitiba e um novo deve ser aberto, em breve, no bairro Batel. O plano agora é estruturar o modelo de franquias para expandir a Mozzarellart para outras regiões. O modelo ainda não está fechado, pois depende das licenças locais para produção dos queijos.
“Estamos trabalhando há pelo menos seis meses na extensão das licenças. Temos de Curitiba e região, mas precisamos para vender para fora. A partir disso, entenderíamos se seria franqueada toda a produção, só a última fase de montagem ou só o produto embalado para revenda”, explica Renata.
Santa Catarina e Brasília são as praças com negociações mais adiantadas com potenciais franqueados na modalidade de envio de matéria-prima.
Atualmente, o público da marca é dividido entre consumidor final e estabelecimentos comerciais. A venda diária gira em torno de R$ 10 mil. “Temos também a parte do empório na revenda, como toda loja italiana. Tem a produção na vitrine e, ao lado, vendemos os produtos”, explica a empreendedora.
Ela não esconde que o principal objetivo é levar as burratas para São Paulo. A cidade é o polo gastronômico do Brasil e sede de grandes eventos de culinária italiana, como a Festa da Achiropita.