Controladora das redes Bob’s e Yoggi, a Brazil Fast Food Corporation (BFFC) fechou a compra de 100% Internacional Restaurantes do Brasil (IRB), maior detentora de franquias da Pizza Hut no Brasil. O grupo dono do Bob’s já tinha 60% da empresa e agora adquiriu os 40% que pertenciam aos demais sócios. O valor da operação não foi revelado. O negócio faz parte da estratégia de fortalecer o braço de ativos próprios da BFFC, que inclui ainda lojas da rede KFC.

A meta é em cinco anos dobrar o total de pontos de venda próprios do grupo, para 350, segundo Ricardo Bomeny, presidente da holding, . O investimento previsto para atingir esse objetivo é de R$ 200 milhões. O montante a ser investido é parte do plano de investimento de R$ 1 bilhão até 2023 do grupo, com seus franqueados. Noticiado em setembro do ano passado pelo Estado, a estratégia deve elevar o total de pontos de venda da BFFC de 1.145 para cerca de 1.600.

A unidade de ativos próprios da BFFC engloba 153 restaurantes administrados diretamente pelo grupo, com capital próprio. Além de lojas do Bob’s, a lista inclui as franquias próprias de KFC e Pizza Hut – marcas da americana Yum! Brands, que tem como master franqueado no Brasil o Grupo Sforza. A divisão de ativos próprios responde hoje por 30% da receita da BFFC, de R$ 1,5 bilhão em 2018. “Acreditamos que existe muito espaço para potencializar e ter um crescimento mais rápido nesse negócio”, diz Bomeny, que destaca São Paulo como um mercado estratégico para o grupo.

A unidade de ativos franqueados, por sua vez, cuida da gestão de marcas e dá suporte aos franqueados das marcas Bob´s e Yoggi. Eles são os responsáveis pelos investimentos em suas próprias lojas. Ao todo são 992 franquias sob o guarda-chuva dessa divisão. A estratégia de criar duas holdings distintas nasceu quando a BFFC fechou capital nos Estados Unidos, em 2015.

Rio-São Paulo

A expansão da unidade de ativos próprios será concentrada no eixo Rio-São Paulo. As 42 lojas Pizza Hut que pertenciam à IRB estão justamente na região metropolitana paulista. Com a compra da empresa, a holding de negócios próprios da BFFC ficará agora sob o comando de Jorge Aguirre. Veterano do setor de alimentação, o empresário era sócio da IRB e cuidou por duas décadas da marca Pizza Hut na Grande São Paulo.

Em 2019 o plano da BFFC é abrir mais 20 lojas próprias. Em São Paulo, só na marca Bob’s, a empresa passou de nove pontos de venda próprios, em junho de 2018, para 39 em menos de um ano. Até dezembro serão mais 11 lojas próprias no estado, além de três no Rio. “A BFFC tem planos de inaugurar ainda este ano mais três pontos de venda da Pizza Hut, dois em São Paulo e um em Botafogo, no Rio de Janeiro, e quatro do KFC no Rio”, complementa Bomeny.

No exterior

Ele descarta retomar planos de expansão internacional no momento. O grupo já chegou a ter restaurantes em Portugal, Angola e Chile. Apesar de o cenário de retomada gradual da economia, com desemprego alto, renda estagnada e confiança do consumidor ainda em baixa, a aposta da dona do Bob’s é o mercado doméstico.

 “A gente acredita no interior do Brasil, onde ainda temos muito potencial para crescer, principalmente com franquias do Bob’s”, diz. “Vejo hoje no País o início de um novo ciclo de prosperidade. Estamos aproveitando a nossa experiência para fazer esse desenvolvimento no momento em que os ativos estão mais baratos.”

Com uma correlação muito alta em relação ao desempenho dos indicadores de emprego e renda no País, o setor de alimentação fora de casa deve seguir com crescimento lento. Segundo o consultor Sergio Molinari, da Food Consulting, o mercado hoje tem o mesmo tamanho de 2014. A estimativa é que o setor movimente R$ 450 bilhões em 2019, em termos nominais, com alta de cerca de 2% frente ao ano anterior.

Em um cenário de crise, o setor viu o crescimento da concorrência de informais – como vendedores de quentinhas – e as grandes redes de fast food intensificando o ritmo de investimentos em expansão e tecnologia para não perder espaço. “Enquanto você está esperando o momento ótimo para investir a concorrência está tomando espaço. O negócio é se posicionar antes”, diz Molinari. Segundo ele, quem mais sofre nesse contexto são os estabelecimentos independentes, pressionados no meio desse “sanduíche”.

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