Entre as empresas que se beneficiaram das mudanças econômicas provocadas pela pandemia do novo coronavírus, as de comércio eletrônico devem ser as campeãs. Ao divulgar depois do fechamento do mercado nesta quinta-feira, 30, o seu balanço referente ao segundo trimestre do ano, a americana Amazon, maior do mundo, vai dar o melhor panorama sobre o comportamento do consumidor durante a crise – e, esperam os investidores, indicações do que esperar no futuro próximo.

A projeção média dos analistas de mercado é de uma elevação de 28% no faturamento da Amazon no período de abril a junho deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2019, para 81,1 bilhões de dólares. No segundo trimestre, a quarentena para tentar desacelerar o contágio pela infecção respiratória covid-19 atingiu o auge nos Estados Unidos, principal mercado da Amazon, levando a essa forte alta nas vendas da varejista.

Mas o lucro da companhia deve ter recuado 69% na comparação anual, para 1,62 dólar por ação, porque os custos operacionais cresceram a uma velocidade maior do que a do faturamento. Gastos para contornar dificuldades logísticas que também surgiram com o isolamento e comprar equipamentos de proteção para os funcionários estão entre as despesas que toda empresa do setor precisou bancar do dia para a noite, além de horas extras dos empregados que tiveram que trabalhar mais para dar conta do aumento da demanda. Depois de os números virem a público, o mercado quer ouvir da Amazon quais desses custos são permanentes e o que é possível cortar.

Neste ano, as ações da Amazon ganharam 63,5%, terminando o pregão, ontem, vendidas a 3.033 dólares cada. Boa parte dessa valorização se deve à aposta de que, passado o momento mais crítico da pandemia, a empresa vai conseguir ganhar ainda mais eficiência, enquanto muitos clientes que começaram a comprar online neste ano tenham criado, assim, um hábito para a vida. Se a tese se confirmar, os lucros dos próximos meses tendem a crescer.

A divulgação do balanço da Amazon promete ter reflexos também nas ações de varejistas brasileiras como o Magazine Luiza e a Via Varejo, que subiram respectivamente 66% e 79,3% na bolsa brasileira B3 neste ano, por dar uma pista do que os investidores locais podem esperar. (As duas empresas só divulgam seus balanços em meados de agosto.) Em maior ou menor grau, o fenômeno da explosão do comércio eletrônico se repetiu em todo o mundo na pandemia.

Com informações da Exame.

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