Por Luis Felipe Salles

É sabido que a inflação está controlada, os juros estão baixos e vão continuar baixando. Os financiamentos estão mais fáceis e a confiança do consumidor, em alta.

Isso trouxe um grande impacto nas vendas e já tivemos um excelente mês de janeiro.

O crescimento acumulado anual foi de 7,8% nas vendas de 2019 dos Shopping Centers, segundo dados divulgados em recente pesquisa da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).

O consumo já vem crescendo desde setembro de 2019, com a Semana do Brasil. Depois, em novembro, com um recorde na Black Friday, registrando um aumento de 30% nas vendas em relação ao ano anterior, conforme dados da EBit/Nielsen.

Por fim, o Natal gerou resultados acima do esperado, pois foi logo em seguida da Black Friday. Diversas fontes mediram seus resultados, sendo apontado um crescimento de 9,5%  segundo a pesquisa da Alshop (Associação dos lojistas de Shopping),  e 7,5% de acordo com o IBOPE. Já a instituição oficial da indústria de Shoppings, a Abrasce, divulgou um crescimento de 3,1% em dezembro.

No total do ano de 2019, o crescimento acumulado de vendas em shoppings  foi de 7,9%.

Em breve, será divulgado o fechamento dos números do setor, então fica a pergunta: será mantido esse aumento de quase 8% nas vendas em shopping centers? A expectativa divulgada pela Abrasce é de 7% para este ano.

Afinal, há espaço para mais crescimento? Encontramos a nova receita do bolo pós-crise de 2014 a 2017?

O varejo com crescimento muito acima do PIB é uma nova bolha?

Podemos confiar que isso é uma tendência ou uma realidade sustentável?

Essas perguntas são boas, mas, obviamente, não posso responder cientificamente e nem politicamente. Não sou economista, nem tampouco um cientista político, mas, sim, um varejista e especialista em shopping. O que posso fazer é dar a minha opinião.

Estamos num grande momento e isso é inegável.

O crescimento do varejo é apenas reflexo do comportamento do consumidor.

Sabemos da grande demanda reprimida de três anos atrás. As pessoas estavam com medo de consumir, pois não sabiam o tamanho do buraco que a crise poderia atingir. O desemprego foi astronômico e o número de falências e concordatas, recorde. Só no comércio, tivemos mais de 108 mil lojas fechadas em 2016, no ápice da crise .

Agora, graças à mudança da economia, independentemente de ideologia partidária, as ações do presidente Jair Bolsonaro e do Ministro da Economia, Paulo Guedes, estão dando certo e é isso que importa. O cenário, aliás, poderia estar muito melhor não fossem os atropelos de algumas falas e falhas que aconteceram neste ano.

O que vale, no final do dia, é a última linha. E disso os varejistas não podem reclamar, pois estão com rentabilidade boa e foco na expansão, sendo um grande momento dos shopping centers, que novamente estão cheios e com muito mais atratividade em seu mix.

Os varejistas abrindo novas lojas no Brasil, todos com projetos ainda mais modernos. Os shoppings do interior – que representa 60% do total de empreendimentos – estão cada vez melhores e já com baixa vacância.

Lembra daquela frase espalhada na mídia 1989 de que a esperança venceu o medo?

Pois bem… Acho que a frase se enquadra agora novamente.

Estou com esperança de que o otimismo continue e as vendas do varejo se mantenham em crescimento, acabando o medo da expansão.

Os projetos que estavam aprovados, porém engavetados pelos empreendedores, saíram do papel no ano passado. Neste ano de 2020, serão inaugurados 19 shoppings, que representam um acréscimo de 423 mil metros quadrados em área de lojas.

Muito alinhado com essas informações do mercado de shoppings, podemos citar o crescimento do mercado de franquias, que funciona de maneira parecida. Segundo os dados das ABF (Associação Brasileira de Franchising) o mercado cresceu 6,9% em 2019 e a expectativa é de 8% para 2020, com destaque para o contínuo crescimento de alimentação, saúde, beleza e serviços, que crescem dois dígitos em vendas nestes segmentos.

Outro setor que confirma o aumento da confiança do consumidor e se reflete em vendas é o da Indústria de Veículos. O crescimento da venda de carros e motos foi de 10,48% em 2019, segundo dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores) e Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e ambos estimam 9,6% de crescimento para 2020.

Com isso, tenho uma certeza: as empresas que passaram pelos três anos de crise, tanto empreendedores quanto varejistas, fortaleceram-se e aprenderam a trabalhar com a escassez, a valorizar o cliente, a negociar melhor com fornecedores e colaboradores. E o cliente voltou, está confiante.

Aprenderam o que é produtividade por metro quadrado e se modernizaram, usando tecnologia.

O mundo está em franca mudança de hábitos de consumo. Ferramentas de gestão e identificação e captura de clientes via web estão à disposição com baixo custo. Isso também ajudou no aumento da base e fidelização.

Cada vez mais, a briga pelo dinheirinho suado do consumidor aumenta, só que a sedução assertiva das campanhas está cada vez melhor e isso é um fato novo relevante.

Tanto as campanhas de shoppings quanto as dos lojistas estão acertando seus alvos cada vez mais.

Que continue assim!

Obs.: só desejo que o efeito do Coronavírus e seus desdobramentos na encomia mundial não estraguem a festa aqui.

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