Por Marcos Hirai

Você já ouviu falar da “RaaS”? Não, não, não se trata da nova pandemia da vez. O Retail-as-a-service ou apenas “Raas”, é um termo do inglês que explica essa nova tendência do varejo. Em tradução livre: varejo como serviço ou simplificando para “varejo de serviços”.

Semelhante ao Software como Serviço (SaaS), onde, um fornecedor do software se responsabiliza por toda a estrutura necessária de uso, cobrando um valor pelos serviços prestados, o RaaS está abrindo o caminho para varejistas e lojas físicas competirem na era digital.

Nos últimos anos temos visto os hábitos de compras dos consumidores mudarem drasticamente. As vendas on-line crescem a cada ano desafiando cada vez mais as lojas físicas.

Neste ambiente, por uma questão de sobrevivência, os varejistas são levados a transformarem seu modelo de negócios, conduzindo-os num ambiente omnichannel e colocando-os de frente com tecnologias inovadoras que muitas vezes não sabem como adaptarem ao seu negócio.

Para remodelarem seus negócios com agilidade, inovação e velocidade de lançamento no mercado para evitar que enfrentem obsolescência é que surge a tendência do RaaS (Varejo como Serviço).

A novidade consiste em conhecer a jornada do seu cliente de perto e incluir serviços e tecnologias que possam acompanhar as mudanças de comportamento dos consumidores. A ideia principal é melhorar a experiência do consumidor e ter a satisfação do cliente como melhor indicador de qualidade de uma empresa.

Isso é diferente porque é muito comum associar o varejo à venda de produtos, e agora os esforços são para melhorar a experiência de compra do cliente e não apenas vender os produtos. Os varejistas oferecem novos serviços com a intenção de agradar clientes.

Para dar alguns exemplos, nos Estados Unidos, recentemente a maior rede de supermercados por lá, a Kroger, e a gigante da tecnologia Microsoft anunciaram o desenvolvimento de um produto RaaS sob medida para conectarem as lojas.

A solução combina as prateleiras inteligentes existentes da Kroger e a tecnologia ‘scan & go’ com poderosas informações para fornecer uma experiência de compra guiada exclusiva para os clientes.

Também por lá, empresas como B8ta, a Neighborhood, Naked Retail e a Showfields montaram em grandes cidades espaços coletivos em pontos comerciais cobiçados abrigando diferentes marcas, oferecendo estrutura e apoio na operação.

Grande parte das lojas são oriundas da internet, que buscam cada vez mais marcarem presença no mundo off line.

Por aqui ainda é lenta a adesão de varejistas brasileiros ao RaaS. E muito se dá por uma junção de diversos fatores. A recessão dos últimos anos foi muito difícil, aliada as vendas baixas e consequentemente os parcos recursos de capital, foram gastos na sobrevivência e não na inovação.

Além disto, a baixa rentabilidade, as dificuldades de crédito, os aluguéis altos, os custos trabalhistas e tributários e outras mazelas, prejudicaram muito a lucratividade, fazendo com que os varejistas não tivessem recursos para investirem em novos modelos de negócios.

Esse panorama mostra que o varejo precisa se reinventar. A tendência mundial do varejo de serviços tem muito a contribuir para o crescimento das empresas e manter muitos varejistas no mercado.

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