Por Fausto Severini
Sócio-fundador e Diretor responsável pela expansão do Grupo Tenda Atacado

 

Pela primeira vez no varejo, os “Atacarejos” ultrapassaram os supermercados dos mais diversos tamanhos, em termos de taxa de participação nas compras dos lares brasileiros.

No ano de 2018, eles foram visitados por 60% dos consumidores, contra 58% dos supermercados de rede, entre os meses de janeiro e setembro.

Observando notícias recentes do segmento, é possível afirmar que estes números tendem a aumentar em favor dos atacarejos.

  • Walmart, depois da venda de 80% da operação do Walmart no Brasil à private equity Advent International: “uma tendência é a conversão dos hipermercados em atacarejos. A rede atua no segmento com a bandeira Maxxi…”
  • Rede de supermercadista Bretas, do grupo chileno Cenconsud, inaugura no Bairro Cardoso, em Aparecida de Goiânia (GO), seu primeiro “atacarejo.”

 

Inúmeros outros supermercados adotam a mesma fórmula para expansão e transformam lojas de supermercados em atacarejos.

C&C = Cash & Carry = Atacarejo

FONTE: Nielsen – Tendências de mercado e atratividade do Cash & Carry no Brasil – mídia ABAAS – Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço

 

O presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, Emerson Destro, está convicto de que os atacarejos não perderão fôlego.

Ele lembra que 75% da população brasileira ganha menos de R$ 3 mil por mês, o que faz com que o preço seja um fator relevante no orçamento familiar, mesmo com a economia voltando a crescer. Quem experimentou, não deve abandonar as vantagens do formato.

Para Nuno Fouto, diretor vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, o atacarejo deve se firmar ainda mais nos próximos anos, inclusive com a chegada de novas bandeiras.

“Para se diferenciar, algumas marcas podem investir em mais serviços e no aumento do mix de produtos, que é bem reduzido na comparação com os hipermercados. Mas isso terá de ser feito sem que haja impacto no custo da operação, consequentemente, no preço final da mercadoria. Afinal, preço é o grande diferencial do atacarejo.

 

Mais serviços e aumento do mix de produtos. O que falta?

Para manter o ritmo de crescimento do setor, alguns panoramas são traçados quando se pensa no futuro. Um deles diz respeito à expansão geográfica no Brasil.

Considerando que os grandes centros, capitais e cidades-polo estão bem abastecidos, a tendência de expansão se volta para regiões e cidades menores. Por consequência, podem surgir lojas com tamanho reduzido e diversificações de “formatos de atacarejos” para atenderem às novas necessidades.

FONTE: Nielsen – Tendências de mercado e atratividade do Cash & Carry no Brasil – mídia ABAAS – Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço

 

Outro desafio para os atacarejos é a modernização do modelo, que passa por vendas online. Talvez o maior dos desafios, pelo custo da entrega. Afinal, preço é o grande diferencial do atacarejo.

Drive, Click and Collect, Retira, Pick-Up, são nomes usados para compras online com retirada em alguma loja. Seriam eles uma opção para vendas online do atacarejo?

Evoluções e adaptações são esperadas no canal e as que mais se ajustarem terão mais chances de serem bem sucedidas.

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