Por Maurício Andrade
Sênior Business Consultant e Industry Advisor da Teradata. Professor nos cursos de pós-graduação/MBA da FIA e da UniUDOP

Nem em seus melhores sonhos, Sam Walton imaginaria que uma espécie de leitor analisaria as vendas de determinado SKU, apontando com antecedência e precisão a reposição de seu estoque. Seu xará, Samuel Klein, provavelmente abriria um sorriso duvidoso ao saber que o humor de seus clientes seria medido e analisado por câmeras, sensores e scanners.

Ambos certamente definiriam como espetaculares as tendências e novidades apresentadas durante a NRF 2019 Retail’s Big Show, realizada em janeiro último, em Nova Iorque.

Ao trazerem soluções ainda mais lapidadas e comprometidas em entender o consumidor atual e o seu comportamento, as gigantes da tecnologia provam que o segredo do sucesso no varejo não cessa apenas na coleta e gerenciamento de dados concretos.  A proposta é ir além e tentar analisar a empatia do consumidor perante o canal, sua satisfação e interação com o ambiente. Prever suas reações e responder aos seus anseios antes mesmo que eles sinalizem qualquer tipo de dúvida.

Isso sem esquecer, é claro, das soluções que diminuem custos ou reduzem desperdícios como os caminhões com câmeras inteligentes que sugerem o melhor aproveitamento possível de armazenamento. Ou, ainda, as soluções de self check-out cada vez mais otimizadas para supermercados, farmácias e lojas de departamentos.

Para facilitar a vida de gestores, recomendações inteligentes vão analisar o comportamento da loja e o consumo, comparando-os com os de outras regiões, sugerindo até a mudança ou a abertura de um novo PDV em outro local disponível na cidade.

E como crescer nesse ambiente tão novo, tão rico e tão indispensável? A expansão varejista aparece como uma alternativa de crescimento ainda mais estratégica, por ser não apenas ajustada às necessidades de cada planejamento, mas moldada a esses novos parâmetros.

Novas lojas devem surgir não apenas como canais de venda, mas como espaços de visitação e experiência. Canais on e off precisam ser simbióticos, passando sincronicidade ao cliente que está em busca de relacionamento com a marca – e não necessariamente do produto/serviço. Acima de tudo e cada vez mais, o cliente estará atrás de informação.

A abertura de novos espaços ultrapassou a barreira dos estudos socioeconômicos de determinado local. Tramita agora entre o lúdico e o real, alicerçada em dados comportamentais e pessoais. Por que não pensar em lojas-conceito sazonais? Por que não agora investir em lojas por público e faixa etária? Por que não modificar o ambiente de acordo com o ânimo da clientela?

A tecnologia começa a ser abraçada pela sua arquirrival, a contenção de custos. E finalmente entendida como uma poderosa moeda de troca, capaz não só de atrair clientes, mas responder suas perguntas, entender suas dúvidas e desvendar seus desejos.

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É Diretor de Soluções para as indústrias de Varejo e Bens de Consumo na Capgemini Brasil e Argentina. Atua também como diretor vogal do IBEVAR, liderando os comitês de e-commerce e Marketplace. Professor em Cursos de Pós-Graduação e MBA na FIA e na UniUDOP, atuou durante toda sua carreira em grandes empresas, como provedor de serviços e soluções inovadoras, incubando iniciativas de negócio nas áreas estratégica, administrativa e operacional. Graduado em Engenharia Eletrônica, com pós-graduação em Criatividade e Inovação e MBA em Tecnologia, possui vasta experiência construída através de funções de liderança em empresas nacionais e estrangeiras.

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