Por Marcos Hirai
Membro fundador do Portal NDEV Brasil
Especialista em Panorama do Mercado e Expansões varejistas

Atualmente na cabeça de qualquer varejista deve pairar inúmeras dúvidas à respeito de como será a situação do país e da economia nos próximos três meses. Repito três meses. Sim, pois temos uma eleição presidencial totalmente indefinida, onde uma miscelânea de candidatos das mais diversas posições ideológicas irão se digladiar para formar composições e alianças que podem resultar em verdadeiras bizarrices políticas, haja a heterogeneidade que se prenuncia.

Diante disto, como saber como será a condução da economia e seus rumos depois das eleições? A independência do Banco Central poderá estar ameaçada? O controle dos preços dos combustíveis. Aprovação das reformas. As privatizações ou a volta das estatizações. Cada um destes elementos por si pode mexer significativamente nos rumos da economia e gerar crescimento ou a volta da recessão.

O ímpeto de crescimento e do otimismo do 1º semestre já não é mais o mesmo. Depois da greve dos caminhoneiros, do aumento da cotação do dólar, dos jogos da Copa do Mundo o consumidor também tem assumido uma postura maior de cautela. Ele está assustado com a possibilidade de dias piores, da diminuição do poder de compra, do aumento da inflação e do fantasma do desemprego. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o indicador de confiança do consumidor, o resultado apurado mostrou queda de 4,8 pontos em junho em relação a maio de 2018, ao passar de 86,9 para 82,1 pontos, mesmo patamar de junho de 2017.
E aí? Como ficam as expansões varejistas? “Devemos abrir mais lojas ou esperar ver o que vai acontecer após a eleição do novo presidente?” Perguntam os varejistas.

Bom, há duas vertentes. Para quem vê o copo meio cheio, o Brasil é maior que a crise, que os governos, e que o próximo presidente e tudo o que ele pode vir a fazer. Afinal somos a 7ª maior economia do mundo e o nosso mercado doméstico é o equivalente a soma de quase todas as demais economias da América do Sul juntas. Existem boas oportunidades imobiliárias ainda. É o momento de continuar a crescer. Nesta categoria entram principalmente varejistas que tiveram um bom desempenho no 1º semestre e que ofereçam produtos e serviços competitivos, adequados à atual realidade econômica das famílias brasileiras.

Para quem enxerga o copo meio vazio, talvez seja o momento de parar tudo ou reduzir drasticamente a velocidade de expansão e começar a fazer ajustes na operação, no sentido de racionalizar custos e aumentar as margens, afinal dias piores poderão vir. Nesta categoria entram os varejistas que não estão desempenhando bem nos últimos anos e que veem seu mercado instável, sem perspectivas ou mesmo diminuindo. Neste caso, a recomendação que se dá é que aproveite este momento para rever totalmente o seu modelo de negócios, acompanhar os passos da concorrência bem de perto, e se questionar se está sendo competitivo, atualizado e antenado na realidade do omniconsumidor, oferecendo produtos e serviços adaptados para um cliente que está sofrendo profundas transformações nos seus hábitos de compra e de consumo, alterando a jornada de compras.

E aí, qual das duas é a sua realidade?

Marcos Hirai
Membro fundador do Portal NDEV Brasil                                                                            Especialista em Panorama do Mercado e Expansões varejistas

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Atual sócio de Marcos Gouvea e Cláudia Bittencourt na GS&MDBGH Retail Real Estate, tem experiências como lojista de shopping, franqueado, franqueador, professor e conselheiro de empresas. Abriu mais de 1.500 lojas em todo o Brasil em 30 anos de carreira. É publicitário, com pós-graduação em Marketing pela ESPM e MBA em Administração de Shopping Centers pela FGV-SP.

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