Por Marcos Saad

Especialista em Strip Malls

A revista EXAME publicou, recentemente, uma pesquisa da empresa Cushman & Wakefield sobre o aumento da prática do Home Office.

Para 74% das empresas no Brasil, esta prática será definitiva.

Para 85% dos executivos, a experiência do trabalho remoto tem mais pontos positivos do que negativos

O curioso é que, antes do isolamento social, 42,6% das empresas nunca tinham adotado a prática e, em 23,8% das companhias, o home office não passava de uma possibilidade em análise.

O intuito de autorizar o home office mesmo após a pandemia se explica pela avaliação favorável à prática. Para 25,4% dos entrevistados, a experiência do trabalho remoto é totalmente positiva, enquanto para 59% há mais pontos positivos do que negativos.

No entanto, cabe ressaltar alguns efeitos decorrentes do trabalho em casa, que estão sendo debatidos nas maiores escolas de negócios do mundo.

Recentemente, assisti a uma aula no IESE da cidade de Barcelona, abordando o efeito denominado FLAPSI HAPSI no home office, decorrente da massa de tarefas não estruturadas e desorganizadas. O cérebro fica totalmente ocupado, processando múltiplas informações, e estes fatores acabam por comprometer o seu desempenho.

Todos transferimos nosso ambiente de trabalho de forma repentina e obrigatória às nossas casas, e ainda em um momento de angústia e incerteza, passamos a enfrentar uma rotina de difícil administração entre lives, videoconferências, mensagens via e-mail e redes sociais, telefonemas e interferências decorrentes da dinâmica do lar.

Outro efeito denomina-se FOMO (Fear of Missing Out), que significa “medo de ficar para trás”.

Temos todos, ao menos em parte, perdido o controle da nossa agenda, pois a sensação de estarmos enfrentando o inimigo invisível e imprevisível tem nos levado a este sentimento de ter que participar de “tudo”, ou “quase tudo”. Se não conseguimos, ficamos desinformados e “para trás”. Este é o FOMO.

Não menos importante é a dificuldade de nos desvencilharmos destas inúmeras ferramentas de geração de informação e comunicação, nos aventurando na impossível e desgastante missão de utilizarmos todas de forma simultânea. O resultado de tudo isso é a perda de produtividade, extensão do horário de trabalho, geração de ansiedade, e os danos físicos e psicológicos decorrentes, destacando-se o estresse.

É imperativo retomarmos nossa agenda e o controle de nossas vidas cotidianas. Temos que organizar nossas atividades ao longo do dia, não permitindo ou gerando interferências.

Temos que saber dizer “não” a atividades não previstas e não prioritárias, limitando nossa jornada de trabalho diária.  Só assim usufruiremos de um ambiente agradável e produtivo, aproveitando os benefícios deste método de trabalho através de nossas casas. Ele. aliás, já existia, mas, com a pandemia, ganhou corpo e certamente fará parte do NOVO NORMAL.

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