Por revista Exame

No mercado de startups, o sonho de muitos empreendedores é criar o próximo Uber ou iFood, mas as maiores oportunidades podem estar na oferta de serviços para outras empresas, o chamado b2b. Empresas como Danone, Itaú, Nestlé e Amazon fecham contratos, fazem aquisições e investem em startups que as ajudem a resolver problemas de seu negócio. A varejista Magazine Luiza também aposta nesse caminho para descobrir novas soluções para seus serviços digitais.

A empresa realiza nesta quarta-feira, 6, um Pitch Day — evento em que empreendedores apresentam seus negócios rapidamente para uma banca de jurados. O objetivo da varejista é encontrar ideias que promovam a inclusão digital de seu consumidor final. Ao anunciar o evento, Juliana Silva, gerente de serviços digitais, disse que procurava “todos os tipos de startups”, desde que a empresa oferecesse soluções ligadas aos produtos vendidos pela varejista, como smartphones, smart tvs, notebooks e tablets.

“Nosso cliente tem sua vida impactada pela tecnologia, que está presente desde sua saúde até o entretenimento, então queremos ajudá-lo a fazer melhor uso de seus aparelhos tecnológicos”. Como exemplo, a empresa cita já existente serviço Lu Conecta, que auxilia o consumidor que comprou um smartphone novo, mas não sabe como configurá-lo.

Ao todo, o Magazine Luiza recebeu 284 inscrições de empresas para o Pitch Day desta quarta-feira. Desse total, 16 empresas foram selecionadas para a apresentação com os executivos. Segundo Juliana, o critério primordial dessa primeira fase de seleção era verificar se a solução apresentada pela startup se conectava com o propósito de promoção da inclusão digital do Magalu.

Depois dessa primeira triagem, foram selecionadas startups que atuam em segmentos como saúde, decoração, finanças pessoais, educação e relacionamento. Ao longo do dia, após ouvir cada uma das apresentações de cinco minutos das empresas, os executivos do Magazine Luiza irão escolher seus novos parceiros de negócio.

Nessa fase, a varejista irá julgar somente a qualidade das ideias apresentadas. “Não é necessário ter um plano de negócios, estar financeiramente estável. Se a ideia for muito boa, trabalharemos no plano de negócios juntos”, diz Juliana.

A varejista também não estabeleceu um número mínimo ou máximo de empresas que serão selecionadas para fechar uma parceria. “Se todas as soluções forem boas, podemos contratar todas, o importante é ter sinergia com o nosso negócio”, afirma a diretora de serviços digitais.

A empresa não descarta também fazer a aquisição de alguma dessas startups selecionadas no futuro, caso as parcerias estabelecidas rendam bons frutos. Nos últimos três anos, enquanto consolidava seu processo de digitalização, o Magazine Luiza comprou cinco startups. Uma delas foi a LogBee, de sistemas de entregas, que ajudou a companhia a reduzir o tempo de chegada dos itens até as casas dos consumidores. Outra foi a Softbox, uma startup mineira especializada em digitalizar negócios do varejo e da indústria.

Durante os processos de aquisição, a varejista faz uma análise da aderência cultural e busca empresas que tenham uma cultura e valores parecidos com os seus, o que facilita a integração. “O Magalu respeita a composição da companhia, tenta absorver o maior número de pessoas, manter a empresa na sua sede”, conta Juliana.

A iniciativa de se aproximar das startups surge em um período em que as principais concorrentes, Mercado Livre e Amazon, lançam novos produtos no mercado brasileiro para expandir suas operações no país. Como ainda não há um líder claro no varejo, o Magazine Luiza acredita que o caminho seja continuar a investir para manter o ritmo de crescimento expressivo que obteve nos últimos três anos, quando dobrou o faturamento e viu suas ações se valorizar 100 vezes na bolsa.

As parcerias com startups podem ser um dos meios para a companhia sair na frente na disputa cada vez mais acirrada pelo mercado do varejo nacional.

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