Mesmo com a pandemia de Covid-19, a sociedade global tem esperança de um futuro melhor. A visão positiva é um dos resultados apontados pela pesquisa “Tomorrow’s Consumer: Consumidor do Amanhã Tendências de Comportamento, Compra e Consumo para o Futuro”, realizada pela Mosaiclab, empresa expert em inteligência de mercado e tendências da Gouvêa Ecosystem e a Toluna.

De acordo com Karen Cavalcanti, sócia da Mosaiclab, o consumidor, hoje, não pode ser mais entendido como alguém que compre um produto ou serviço. A era é do consumidor positivo, mais engajado com propósitos e ideias relevantes. “Ele é muito mais hiper conectado, experiencial, opinativo, imediatista e também tem uma jornada de não comprar nada linear, o que não facilita nada no mundo dos negócios”, comentou ela ao apresentar os resultados da pesquisa neste domingo (13) na abertura do Global Retail Show, evento 100% online que acontece até o dia 19 de setembro.

“Ele tem um mindset positivo. Para 75% das pessoas, o futuro vai ser melhor. Esse otimismo é forte em vários países”, disse Karen. “Muitos acham que a renda vai aumentar bastante. E a geração Z, que são os jovens de 18 a 24 anos, vê um aumento de renda para o futuro”, explicou Karen.

A pesquisa, realizada em agosto, foi desenvolvida em parceria a Toluna, plataforma líder em inteligência de consumidor, com 5 mil entrevistas em 17 países (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Estados Unidos, Canadá, México, França, Alemanha, Holanda, Portugal, Reino Unido, China, Austrália, Japão e África do Sul).

Tendências

Uma das tendências identificadas pela pesquisa é chamada de Pandemic Fear. “As pessoas têm medo de qualquer coisa, medo de pegar outras doenças”, explicou a sócia do MosaicLab, acrescentando que a pandemia acelerou mudanças nos campos humanos tecnológicos e econômicos. “E isso muda a forma como as pessoas vão agir, na forma de consumo.”

Entre os baby boomers, 42% se inquietam com a possibilidade de aparecimento de novas pandemias, enquanto na geração Z essa preocupação é de apenas 25%. Segundo Karen, a rotina das gerações mais novas foi menos afetada, uma vez que as mudanças foram mais naturais para elas. “O dia a dia dos mais novos não foi tão afetado”, explicando que pessoas dessa faixa etária estavam mais habituadas a se relacionar em ambiente online.

Outra tendência capturada pela Tomorrow’s Consumer é que a pandemia tem sido um vetor de reflexões. “A maioria afirma que levará algum aprendizado”, disse Karen. Do total, 75% apontam aprendizados práticos e imediatos e outros 75% destacam um legado reflexivo e prolongado, como valorizar mais a família.

A pesquisa revela ainda que vai crescer a busca por lazer, mas no início em um movimento ainda pendular, ora com mais cuidados com higiene, ora de um modo menos preocupado. “As pessoas querem recuperar o tempo perdido”, destacou Karen. “Há um aumento de interesse por viajar. Até das pessoas que não estavam acostumadas a viajar.” Outra tendência é das micro viagens, só pelos finais de semana, ou em finais de semana estendidos.

Uma tendência forte é o chamado GlobalTechSharing mostra que a integração tecnológica sem fronteiras vai ser ainda mais pulsante, como a da solidariedade. “Tem também as pessoas que têm preocupação com perder o emprego em função da tecnologia. E outra tendência são as pessoas que têm dificuldade de digerir as informações. E isso é insight para as empresas, para passar informações de forma mais objetiva”, disse Karen.  Também se percebe um movimento novo de conveniência, com uma certa migração do “ter” para o “alugar” — caso dos serviços de streaming.

Outros movimentos identificados são o MindCraft (“o faça você mesmo”, uma mentalidade mais artesã) e o Home Reframing, em que se percebe uma necessidade de valorizar mais o ambiente em casa, com o advento do home office. “Há uma necessidade de natureza e as pessoas estão buscando, por exemplo, ter mais plantas nos ambientes”, disse Karen.

“A preocupação com a sustentabilidade é outra macrotendência da sociedade, mas o que a gente vê é o uso da tecnologia aplicado. A bioconstrução e a economia circular são temas muito fortes”, disse Karen, destacando que a sustentabilidade humana também é uma preocupação.

O que faz os consumidores admirarem uma marca? Tem quatro pilares. “Um é o MegaPower, com design atrativo, disruptivo, que atrai muitos os jovens. Outro é aquelas marcas que se conectam por experiência. E tem as marcas que realmente fazem a transformação positiva, que combatem trabalho escravo, infantil. Em menor grau aparecem as promoções e descontos. Não é que não seja importante: as pessoas amam promoções e descontos, mas entre as marcas que eles admiram, os outros pontos são mais valorizados.”

No varejo, as pessoas esperam muito mais interação virtual nos pontos de vendas presenciais. Um total de 54% dos consumidores quer inovações como lojas autônomas, inteligentes, com atendente virtual. “Tem uma parte importante de tecnologia, mas eles querem que as lojas ensinem a usar os produtos e que o vendedor não queira só empurrar”, explicou a sócia do Mosaiclab, destacando que outra tendência interessante é o live commerce, com venda instantânea em atividades culturais ao vivo.

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